Este zine é uma interpretação visual e conceitual do poema "Contranarciso" de Paulo Leminski, explorando a fluidez da identidade em um cenário urbano caótico. A estética sonora da banda Jovem Dionísio serviu de inspiração para criar uma experiência que é tanto visual quanto emocional, conectando o leitor ao ritmo da cidade e à introspecção individual.

Conceito e Narrativa: Em meio à pressa e à impessoalidade do metrô, o zine propõe uma pausa reflexiva: somos ao mesmo tempo protagonistas de nossas histórias e partes de um coletivo maior. A dualidade do ser está presente em cada página, evocando a ideia de que nossa identidade não é fixa, mas moldada pelas interações e pelos reflexos de outros. O fluxo constante de rostos desconhecidos simboliza essa coexistência entre o “eu” e o “nós”. A narrativa visual e textual do zine convida o leitor a embarcar nessa jornada de autodescoberta, onde perder-se é parte fundamental para encontrá-lo.

Design e Materiais: A escolha dos materiais por uma extensão do conceito. A luva do zine, inspirada nos porta-cartões de metrô, simboliza o cotidiano urbano e a efemeridade das interações. O papel offset 120g utilizado na luva oferece uma textura leve e funcional, enquanto o corpo do zine, impresso em papel offset 150g, fornece uma robustez sutil que convida aos cuidadoso. As decisões de layout e tipografia foram projetadas para criar um ritmo fluido, remetendo ao movimento constante das cidades e à fluidez do ser.

Os núcleos predominam entre tons de azul e vermelho, remetendo aos reflexos e sombras urbanas. As páginas foram desenhadas com composições que brincam com a sobreposição de imagens e textos, como se o leitor estivesse observando a si mesmo através de uma janela ou um espelho distorcido, alinhando-se ao conceito de narcisismo e perda do "eu" coletivo.

Colaborações e Orientações: O projeto foi desenvolvido sob a orientação dos professores @r_portilho e @annastolf, cuja experiência em Design Editorial foi essencial para lapidar a estrutura e a narrativa do zine.